Reportagens


Amaranto Anticolesterol

A semente merece muito mais do que 15 minutos de fama, já que é capaz de derrubar a gordura que entope as artérias. Foi o que comprovou um estudo brasileiro

por Caroline Randmer foto Dercílio

O grão símbolo da culinária dos incas, povo pré-colombiano que habitava o Peru, agora é a mais nova opção para quem quer afastar o perigo da aterosclerose sem perder o prazer à mesa. Trata-se do amaranto, uma semente conhecida como feijão dos Andes e que é uma verdadeira aliada no combate às altas taxas do LDL, o colesterol ruim, aquele que financia as temidas placas de gordura responsáveis por entupir as artérias.

A boa notícia vem da Universidade Estadual de Campinas, a Unicamp, no interior de São Paulo. Ali os pesquisadores convidaram 18 indivíduos com a famigerada síndrome metabólica, um emaranhado de doenças como pressão alta, ventre avantajado e, claro, colesterol nas alturas. Eles foram orientados a consumir durante um mês inteiro até 30 gramas de farinha de amaranto por dia, algo em torno de uma colher de sopa, na forma de biscoito.

Depois desse tempo, os níveis de LDL despencaram. "Essa diminuição se dá por uma soma de funções. Proteínas, óleo e fibras encontrados no amaranto atuam em conjunto nesse processo", explica Jaime Amaya-Farfan, que capitaneou o trabalho e é coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação da Unicamp. A técnica de laboratório Rosana Aparecida, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, dá mais pistas que esclarecem como a ingestão do amaranto auxilia no controle dos índices da molécula gordurosa no sangue. "O grão inibe no fígado uma enzima envolvida na produção do colesterol ruim", diz Rosana. Essa ação, no entanto, ocorre sem prejudicar a versão boa do colesterol, que atende pela sigla HDL. "O amaranto contém esqualeno, uma substância antioxidante que é rara em produtos de origem vegetal", conta Amaya-Farfan. "Ela é a principal responsável pela interrupção da síntese de LDL, moderando a produção de colesterol", complementa.

Mas o grão não recebe a denominação de superalimento só por essa benesse. Rico em aminoácidos que o nosso corpo não é capaz de fabricar e outros nutrientes, como cálcio, ferro, fósforo, potássio e zinco, ele pode ser comparado a estrelas da cozinha, a exemplo da carne, do leite e dos ovos. "Mas vale lembrar que não é recomendável substituir esses alimentos pelo amaranto. Ele deve, isso sim, agregar benefícios ao cardápio", explica a nutricionista Beatriz Botéquio, da Equilibrium Consultoria, em São Paulo. "A semente ainda fortalece o sistema imunológico, melhora a pressão arterial, controla o diabete e inibe a proliferação de células tumorais", completa Isolda Prado, nutróloga e professora da Universidade do Estado do Amazonas. Ela também é recomendada para pessoas com intolerância ao glúten, por não conter em sua composição nenhuma substância capaz de prejudicá-las. Com tantos atributos, esse grão andino merece figurar com destaque nos pratos verde-amarelos.
O grão na cozinha
Em sopas e molhos
As sementes podem ser batidas com o caldo ou adicionadas à sopa no fogo. Na variante flocos, elas são uma ótima pedida para dar uma textura crocante a esse tipo de prato.

Em sucos e vitaminas
Como não tem gosto, ele não compromete o sabor de sucos e vitaminas. As frutas podem ser batidas no liquidificador junto com os grãos moídos, que antes devem ser lavados, sobretudo quando adquiridos em lojas de produtos naturais.

Em outras receitas
Esse andino de nascença pode entrar em bolos, pães, tortas, massas... Substitua até 30% da farinha de trigo pela farinha de amaranto. Basta torrar os grãos e moê-los ou bater os flocos.
  Fonte:   http://saude.abril.com.br






DOENÇA CELÍACA + DIABETES




A doença celíaca, caracterizada pela intolerância alimentar ao glúten, atinge mais os portadores de diabetes do que a população em geral. Entre os portadores de diabetes tipo 1, diversos estudos apontam que cerca de 2% também desenvolvem a doença celíaca, enquanto em não diabéticos apenas 1 em cada 300 indivíduos apresentam esse problema (cerca de 0,3%). A informação é da médica Dorina Barbieri, professora livre docente em pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).
Diabetes e doença celíaca são ambas autoimunes e desenvolvidas por fatores genéticos, mas ainda não se sabe o que faz aumentar a probabilidade de ocorrência de ambas num mesmo indivíduo, explica a especialista. Para quem tem a doença celíaca, as chances de desenvolver diabetes também são aumentadas, informa Dorina.
Os sintomas clássicos da doença celíaca são a ocorrência de diarréia com fezes bastante gordurosas, aumento pronunciado do abdômen, emagrecimento ou ausência do ganho de peso, o que leva a criança ou adolescente a um Índice de Massa Corpórea (IMC) menor do que a população em geral. Esses sintomas não são obrigatórios, adverte a pediatra, e em 20% dos casos estão totalmente ausentes. Quando não tratada, a doença celíaca provoca desnutrição, porque ela impede a absorção de nutrientes pelo organismo.
Para quem tem diabetes, a falta de diagnóstico ou de tratamento para a doença celíaca interfere também na glicemia. A falta de absorção dos nutrientes provoca crises de hipoglicemia e uma consequente dificuldade no cálculo das doses de insulina.
O tratamento da doença celíaca é o mesmo para portadores ou não de diabetes. Ele consiste exclusivamente da eliminação do glúten da dieta. "Isso significa deixar de consumir pães, massas e bolachas", resume Dorina. Embora essa restrição nem sempre seja fácil de ser seguida, a pediatra lembra que controlar a doença celíaca ajuda também a controlar a glicemia e que não tratá-la pode levar a sequelas como osteoporose, infertilidade, doenças da tireóide, problemas de pele e outras.

Entrevista com a pediatra Dorina Barbieri, da USP

fonte: http://www.diabetesnoscuidamos.com.br




DOENÇA CELÍACA



A Doença Celíaca de hoje

Ainda pouco conhecida, seus sintomas podem se confundir com outros distúrbios. Trata-se da Doença Celíaca, ou seja : A Intolerância permanente ao glúten. A Doença Celíaca geralmente se manifesta na infância, entre o primeiro e terceiro ano de vida, podendo entretanto, surgir em qualquer idade, inclusive na adulta. O tratamento da doença consiste em uma dieta totalmente isenta de glúten. Os portadores da doença não podem ingerir alimentos como: pães, bolos, bolachas, macarrão, coxinhas, quibes, pizzas, cervejas, whisky, vodka,etc, quando estes alimentos possuírem o glúten em sua composição ou processo de fabricação. Devido a exclusão total de alguns alimentos ricos em carbohidratos e fibras, a dieta do Celíaco habitualmente é composta em sua maior parte de gorduras (margarina, manteigas, óleos, etc) e proteínas (carne em geral) e em menor parte de carbohidratos (massas sem glúten, açúcares, etc). Todo Celíaco que não transgride a doença, tende a ter um aumento do peso corporal, e desta forma deve ter uma dieta equilibrada. Para tanto, deve diminuir a ingestão de proteínas, moderar o consumo de gorduras e aumentar o consumo de frutas, sucos naturais, verduras e legumes, tornando sua alimentação mais adequada e saudável.

O que é o GLÚTEN ?

É a principal proteína presente no Trigo, Aveia, Centeio, Cevada, e no Malte (ssub-produto da cevada), cereais amplamente utilizados na composição de alimentos, medicamentos, bebidas industrializadas, assim como cosméticos e outros produtos não ingeríveis. Na verdade, o prejudicial e tóxico ao intestino do paciente intolerante ao glúten são "partes do glúten", que recebem nomes diferentes para cada cereal. Vejamos : No Trigo é a Gliadina, na Cevada é a Hordeína, na Aveia é a Avenina e no Centeio é a Secalina. O Malte, muito questionado, é um produto da fermentação da cevada, portanto apresenta também uma fração de glúten. Os produtos que contenham malte, xarope de malte ou extrato de malte não devem ser consumidos pelos Celíacos. O glúten não desaparece quando os alimentos são assados ou cozidos, e por isto uma dieta deve ser seguida à risca. O Glúten agride e danifica as vilosidades do intestino delgado e prejudica a absorção dos alimentos.

Veja a mucosa do intestino delgado com as vilosidades atrofiadas:



Compare com a mucosa do intestino delgado com as vilosidades normais:



Quais os sintomas mais comuns ?

O quadro clínico da doença se manifesta com e sem sintomas. No primeiro caso, há duas formas:

A CLÁSSICA

É freqüente na faixa pediátrica, surgindo entre o primeiro e terceiro ano de vida, ao introduzirmos alimentação à base de papinha de pão, sopinhas de macarrão e bolachas, entre outros industrializados com cereais proibidos. Caracteriza-se pela diarréia crônica, desnutrição com déficit do crescimento, anemia ferropriva não curável, emagrecimento e falta de apetite, distensão abdominal (barriga inchada), vômitos, dor abdominal, osteoporose, esterilidade, abortos de repetição, glúteos atrofiados, pernas e braços finos, apatia, desnutrição aguda que podem levar o paciente à morte na falta de diagnóstico e tratamento.

NÃO CLÁSSICA

Apresenta manifestações monossintomáticas, e as alterações gastrintestinais não chamam tanto a atenção. Pode ser por exemplo, anemia resistente a ferroterapia, irritabilidade, fadiga, baixo ganho de peso e estatura, prisão de ventre, constipação intestinal crônica, manchas e alteração do esmalte dental, esterilidade e osteoporose antes da menopausa.

ASSINTOMATICA

E se não houver sintomas? Há ainda, a doença na forma assintomática. São realizados nestes casos, exames (marcadores sorológicos) em familiares de primeiro grau do celíaco, que têm mais chances de apresentar a doença (10%). Se não tratada a doença, podem surgir complicações como o câncer do intestino, anemia, osteoporose, abortos de repetição e esterilidade.


Fonte: ACELBRA - Associação dos Celíacos do Brasil